quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Nação democrática e cidadã

Por Suzélio Anibal Leonardo
Publicado no Jornal da Paraíba em 13 de novembro de 2008

Todos os anos as epidemias de dengue pelo Brasil a fora nos aterroriza e mostram o quanto nossa cidadania é frágil. Na dengue, na educação, na política, bem como em diversos âmbitos da sociedade esta fragilidade produz efeitos desastrosos, basta ver os hospitais, assim como os presídios cheios.
Como sabemos, a dengue é transmitida por um mosquitinho, este mosquitinho se desenvolve apenas em água parada, então para acabar com a dengue temos que acabar com a água parada de nossa casa. Todos seguindo a receita vinculada na mídia estar tudo acabado, então vem o pulo do gato, como este mosquitinho não consegue voar por sobre várias residências para ir para sua casa, “basta você se certificar que seus vizinhos de parede estão adimplentes com as recomendações” para você está livre definitivamente deste mal.
Com a educação o procedimento é o mesmo, temos que fazer o dever de casa e nos certificar de que nossos vizinhos também o fizeram. Têm apenas dois agravantes, os humanos conseguem andar muito mais que os mosquitos e a falta de educação é uma doença silenciosa. Sendo assim, morar em bairro nobre e educar nossos filhos não nos coloca a margem das mazelas, existindo, elas sempre nos assombrarão por mais distante que estejam. E por incrível que pareça, quando a doença não mata rapidamente é mais difícil isolar e acabar sua epidemia, veja o caso da Aids, como ela passa um período de latência é quase impossível isolá-la.
Veja uma história verídica de cidadania, certa vez uma criança de meu convívio foi passar algumas semanas em um país desenvolvido, na casa de familiares, depois de quatro dias essa residência foi visitada por dois policiais e uma assistente social atendendo denúncia de que tinha uma criança brincando na rua em horário escolar.
Com um olho no peixe e outro no gato, vimos uma das principais lições de cidadania - a eterna vigilância. Até aqui foi vista a cidadania na dimensão do Povo, vamos agora para segunda, mas não menos importante, o Estado.
Em um chamado quase desesperado pela educação disse: "O desafio do Brasil no novo milênio está lançado, é a justiça social e a arma é a educação. Vivemos num duelo constante, isto é inerente ao ser humano, o nosso problema é que quando o juiz diz, escolham as armas, elas não vêm em pares, cada parte (classe social) tem a sua, uma diferente da outra. Este duelo será sempre injusto para os que perdem".
Cabe ao Estado, através dos poderes correspondentes, arbitrar este duelo atribuindo e executando normas (leis) e verificando sua correta aplicação.
Na democracia, conseguida a duras penas, a nação está nas mãos do Povo, então para termos uma nação cidadã teremos que ter um Povo cidadão.